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II Curso de Verão (2023 - CEG da UAberta): «Distopias»...

II Curso de Verão: «Distopias»
 
Seminário (online): «Distopia, Utopia e Heteronímia: Fernando Pessoa e a dimensão algorítmica do theatrum mundi neopagão»de Luís Filipe B. Teixeira, University of the People (X Sessão: 06/07/2023)
 
 
 
O roseiral da sabedoria tem abundância de várias flores,
mas o portão está sempre fechado com trancas poderosas;
só há no mundo uma coisa de pouco valor que lhe serve de chave.
Sem esta chave andarás como alguém sem pernas...
(Michael Meier, Atalanta Fugiens, Emblema XXVII)

Dir-se-ia que está organizado
como um enorme tabuleiro de xadrez ⎯ disse Alice por fim.
L. Carroll
 
Criando uma civilização espiritual subjugaremos todos os povos, porque contra as forças e as artes do espírito não há resistência possível, sobretudo se estão bem organizadas, fortalecidas por almas de generais do Espírito.
Fernando Pessoa
 
Sinopse
 
O conceito de distopia (do grego, δυσ+τόπος) exprime 'dificuldade, dor, privação, infelicidade'+ 'lugar'. Portanto, 'distopia' quer dizer 'lugar infeliz, mau', usualmente, opondo-se ao conceito de ‘utopia’ (do grego, οὐ+τόπος), o qual designa ‘não-lugar’.
 
Neste breve Seminário, propomo-nos tratar de tecer uma breve reflexão em torno das temáticas da «Distopia/Utopia» por relação à matriz neopagã do pensamento (heteronímico) e obras de Fernando Pessoa, isto a partir de todas as investigações de recolha, organização, transcrição e edição que temos feito a partir do seu espólio (BN/E3) e biblioteca (desde o início dos anos 90 do século passado). Com efeito, a matriz algorítmica da «quadratura do círculo» heteronímico (como a temos designado) obedece a uma dupla viagem «u-tópica» (dialecticamente «não-distópica») de realização experiencial («sentindo tudo de todas as maneiras»), a saber: Precisamente, de um «laborar» (labora, ora) mitogenético, antropogónico e gnóstico, encarados, simultânea e dialecticamente, a nível individual e colectivo. Ou seja, uma de cariz orgânico e genético, construindo uma arquitectura genealógica assente no processo (dionisíaco/apolíneo) de individuação e de Consciência (que tratámos na nossa investigação e tese de Mestrado em Filosofia – FLUL, 1990); outra, de cariz transcendental, fundamentada colectivamente na edificação de um Império da Cultura —, sendo no diálogo entre estas duas dimensões que se institui, quer a «alquimia» gnóstica e neopagã, quer o projecto teleológico do paradigma dis-tópico/u-tópico em Fernando Pessoa e, com eles, a dimensão algorítmica do theatrum mundi neopagão.

Palavras-Chave: Distopia, Utopia, Heteronímia, Theatrum Mundi, Neopaganismo
 
Sessão disponível aqui
 
 
 «Aquele que tenta penetrar sem chave no roseiral dos Filósofos assemelha-se a um homem que quer andar sem ter pés(Michael Maier, Atalanta Fugiens, Emblema XXVII)
 

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